Em 2007, os Estados Unidos estavam em plena guerra com o Iraque. Presidente George W. Bush havia enviado tropas americanas para aquele país e enfrentava críticas de opositores. Vejam abaixo a transcrição do que Bush imaginou ser o cenário, caso tropas americanas deixassem o Iraque.
“Eu sei que alguns em Washigton gostariam que nós deixassemos o Iraque neste momento. Começar a retirada antes que nossos comandantes confirmem que estamos preparados, será perigoso para o Iraque, para a região e para os Estados Unidos. Significa entregar o futuro do Iraque para Al-Qaeda. Significa que estaremos nos arriscando a ter mortes em massa em anorme escala. Significa que deixaremos os terroristas estabelecer um lugar seguro no Iraque e substituir o homem – Saddam Hussein – que eles perderam. Significa que aumentaremos a probabilidade dos Estados Unidos terem de retornar tropas e enfrentar um inimigo muito mais perigoso.”
A profecia de Bush se concretizou, palavra por palavra, e é exatamente a situação em que nos encontramos agora.
Quando o presidente Barack Obama decidiu tirar as tropas americanas do Iraque, enfrentou forte oposisão dos comandantes militares, mesmo assim, o fêz. A partir de então, o Estado Islâmico cresceu e conquistou grande parte do Iraque e Síria, ao custo de milhares de vidas, conseguindo, também, implantar células terroristas na Europa e África. Depois dos ataques terroristas na França, que deixaram 129 mortos e centenas de feridos, e da participação ativa da Rússia contra o Estado Islâmico na Síria, os Estados Unidos pode voltar à região, enfrentando um inimigo muito mais perigoso do que aquele de 2007.

Estado Islâmico diz ter terroristas infiltrados em 15 estados americanos. Créditos: print screen, FOX News TV.
Enquanto isso, o Estado Islâmico disse possuir 71 soldados treinados espalhados por 15 estados americanos, preparados para realizar ataques semelhantes aos atentados terroristas na França a qualquer momento. Embora a inteligência americana tenha negado as afirmações do Estado Islâmico, o clima de apreensão e descontentamento com a política externa de Obama é evidente.
Obama defende a absorção de 10.000 refugiados sírios para o ano que vem, medida que está sendo altamente criticada pela oposição. A preoucupação aumentou depois que um passaporte sírio foi encontrado próximo ao corpo de um dos terroristas que se explodiou em Paris. Ao todo, 30 estados americanos estão se opondo à aceitação de refugiados sírios. Enquanto o congresso americano e os governadores discutem aceitar ou não mais refugiados, mais de 2.000 sírios mudaram-se para os Estados Unidos depois do começo da guerra em 2011.
Todos observamos a profecia de Bush se concretizar em sua pior forma: mulheres e crianças sequestradas e transformadas em escravas sexuais, milhares de Sírios e Iraquianos destroçados, degolados, crucificados, forçados a deixarem suas casas e enfrentrarem os perigos da travessia do monte Sinjar para o Curdistão, a guerra civil síria ou morrerem afogados na travessia do Mediterrâneo.
Agora, que o terror acançou a espinha do Ocidente, comprova-se que, no combate a ele, o pacifismo quase ingênuo de Obama foi responsável pela criação, crescimento e fortalecimento de um dos piores grupos terroristas dos últimos anos. Enquanto a resposta americana ao Estado Islâmico não vem, seus integrantes extremistas, refugiados sírios e civis europeus e americanos se perguntam: e agora, tio Sam?