A difícil missão do BDS em esconder seu racismo
Em um contexto lógico, uma pessoa poderia tentar explicar a outra os motivos pelos quais ela acredita que um movimento de boicote a uma nação é moralmente justificável. Neste contexto, o indivíduo que explica tentará mostrar razões do quanto é necessário e digno ser a favor deste boicote.
O movimento BDS não é a favor de um boicote a Israel por acreditar que Israel está errado em suas ações, também não está incentivando o desinvestimento por acreditar que desta maneira, pressionará o governo israelense e por fim, tampouco acredita que sanções econômicas são positivas para acelerar o processo de paz. Nenhum dos três itens acima tem intenções pacificas de normalização com o estado judeu, a volta das negociações ou o estabelecimento de um Estado Palestino.
Alguns apoiadores do grupo tentam explicar o inexplicável, dizendo que o BDS é a favor do estabelecimento de 2 estados para 2 povos porém quando perguntados, seus organizadores gaguejam e normalmente não respondem claramente deixando transparente que o movimento prega em seu site algo politicamente correto, de conotação dúbia, porém acredita verdadeiramente em algo distinto: O não direito de existência do Estado de Israel.
O movimento já teve varias quedas e poucos sucessos. Normalmente suas ações de sucesso vem a tona quando artistas aceitam pressões e cancelam suas performances em Israel, ou que um produtor ou país cancele o show de algum israelense. Porém, após casos de racismo até mesmo aqui no Brasil, onde o BDS tentou identificar estudantes israelenses em uma universidade, fica claro a linha de conduta e as intenções do mesmo. E o estopim foi este último final de semana, na Espanha.
O cantor americano ( que por acaso também é judeu) Matisyahu, muito famoso no mundo do Regge, foi convidado a cantar no festival Rototom em Valência. Logo, o BDS local trabalhou para que cancelem o convite por alegar aos organizadores que Matisyahu é ” um sionista que defende Israel”. O cantor, que não é e nunca foi israelense, foi contactado pelos organizadores do evento, e exigido que assinasse um termo o qual explicaria suas posições políticas em relação a Israel/Palestina. Ele negou em faze-lo e sua presença no show foi cancelada. O cantor foi o único entre todos os artistas a ser indagado a respeito deste assunto.
Ao se tornar viral esta noticia, muitas mídias e até mesmo organizações espanholas de diretos humanos e combate ao racismo se manifestaram pela clara violação dos organizadores do show. Na Espanha racismo é um crime, e a descriminação de um judeu por apenas deter de uma opinião política é claramente um crime de racismo. Após alguns dias os organizadores reavaliaram suas atitudes e re-convidaram o artista, que cantou para um publico de mais de 20 mil pessoas.
Como podemos ver acima, durante todo seu show, Matisyahu foi provocado por protestos pró palestinos que agitavam inúmeras bandeiras. Lembro novamente: Matisyahu é judeu americano.
Em resumo, temos que ser claros: Ser pró palestino não significa ser anti Israel e ser pró Israel não significa ser anti Palestino. A maioria dos judeus no mundo, dos israelenses e dos palestinos aceitam a solução de 2 estados. O movimento BDS envergonha a bandeira palestina, separa pessoas que deveriam dialogar, boicota vozes que deveriam ser ouvidas e difama narrativas que deveriam ser estudadas. O BDS não ajuda os palestinos, pois cria uma onda racial inaceitável em forma de racismo em nome da causa palestina. A ultima coisa que o conflito entre israelenses e palestinos precisa, é de que aqueles que conversam e interagem, deixem de conversar e interagir.
BDS é racismo, e não deve ter espaço em nenhuma sociedade.