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O julgamento que dividiu Israel
Há cerca de um ano que os palestinos, Abdel Fattah al-Sharif e Ramzi Aziz al-Qasrawi, esfaquearam um soldado israelense e tentaram atacar outro em Hebron. As tropas abriram fogo, matando Qasrawi e ferindo gravemente Sharif. Foi nesta cena caótica que o soldado Elor Azaria matou Sharif, aparentemente imobilizado, com um tiro na cabeça. Toda ação foi capturada por uma câmera e o vídeo logo ganhou visibilidade internacional.
Nesta semana, juízes setenciaram Azaria à 18 meses de prisão e à perda da patente de sargento, argumentando que ele cometou o crime motivado por um desejo de vingança. Fora as imagens do acontecimento, corroboraram com o setenciamento os comentários de Azaria dizendo que Sharif “esfaqueou meu amigo” e “merecia morrer”. Eles também enfatizaram as falhas do comando em manter a ordem no local.
Dentro do exército, e da sociedade israelense em geral, a repercussão do caso levou ao questionamento das interações entre soldados israelenses, colônos e palestinos na Cisjordânia. Políticos do Governo e da Oposição, aproveitaram o ensejo para defender suas agendas, enquanto grupos de direitos humanos, e outras entidades internacionais, cobraram a punição de Azaria e que Israel utilize menos força no engajamento com palestinos.
Outros que prontamente criticaram Azaria, foram o Ministro da Defesa, Moshe Ya’alon, e o porta-voz do exército, Major. Gen. Moti Almoz. Momentos após a ação de Azaria chegar ao público, Almoz disse que “estes não são os valores da IDF e estes não são os valores do povo judeu”. Ya’alon acrescentou que a ação de Azaria estavam “em violação absoluta dos valores da IDF e do nosso código de ética em combate”.
A setença de Azaria é relativamente leve para a gravidade das acusações. Além do mais, por ser um militar, poderá sair em condicional após alguns meses por bom comportamento. Isto levou tanto a família de Sharif, bem como a Autoridade Palestina, a criticarem Israel por ter pegado muito level, e com isso, motivar a execução de palestinos. Do outro lado, os familiares de Azaria, e alguns parlamentares de direita, expressaram descontentamento com a setença, dizendo que Azaria é um herói.
Controvérsias à parte, Israel mostrou ao mundo que aqui a Lei aplica-se a todos, independentemente do cargo, influência, origem ou religião. São poucos os países que condenam ou até mesmo investigam seus militares e políticos desta maneira. Israel se consolida como uma democracia exemplar, com um poder judiciário eficaz e com um exército que valoriza e respeita acima de tudo a vida, inclusive dàqueles que não valorizam a nossa.
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