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Imperdível! Na AIPAC, Nikki Haley mostra a que veio
WASHINGTON – Quatorze minutos. Este foi o tempo concedido a Nikki Haley, embaixadora dos EUA na Organização das Nações Unidas, em conversa com Dan Senor, entrevistador da conferência anual da AIPAC que ocorreu ontem (27/02) à tarde. Esse tempo foi suficiente para marcá-la não só como a estrela indiscutível do evento… mas, quem sabe, do que ainda está por vir.
“Essa será a próxima presidente dos Estados Unidos”, disse um homem assistindo a conferência ao meu lado, quando Haley deixou o palco sob enorme ovação do público.
Ridículo, você talvez pense – utilizando a mesma palavra que Haley emprega ao descrever as Nações Unidas, lugar na qual ela mergulhou com grande vigor reformista. Bem, provavelmente. Porém, a idéia reflete muito bem o clima das mais de 18,000 pessoas que se reuniram no evento.
Ficou bem claro, mesmo antes da aparição de Haley no evento, que a atuação da embaixadora nas últimas semanas, contra a terrível obsessão da ONU por Israel, já havia conquistado imensa admiração entre os delegados da AIPAC. O embaixador Ron Dermer fez menção a Haley já na abertura da conferência e, todas as referências posteriores, foram, igualmente, recebidas sob forte aplausos dos delegados e do público.
Aparentemente, a única pessoa inconsciente de seu status estelar foi a própria embaixadora que ficou claramente impressionada com a recepção calorosa do público. A ovação durou um bom bocado, fazendo com que Haley se levantasse e, eventualmente, solicitasse ao público, então de pé, que tomassem seus lugares. Deste modo, a conversa com o entrevistador pôde ser iniciada.
Prontamente, o apelo à Haley é compreensível. Ela é cativante e séria. Fala sem rodeios. A ex-governadora da Carolina do Sul tem um histórico que inclui uma realização altamente ressonante, principalmente, para o público da AIPAC. Ela assinou a primeira legislação estadual para combater o BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) e agora, ela está a frente dos Estados Unidos na ONU.
No início de seu discurso ela rascunhou um potente paralelo entre sua educação hindu-americana (Sikh) e o que ela chamou de cultura israelense (suponho que ela quiz dizer judaica), encantando ainda mais o público. “Nós somos bem semelhantes. Amamos nossas famílias. Temos forte conduta ética no trabalho. Acreditamos no profissionalismo, filantropia e dar de volta”, disse ela. “Então, isso são coisas boas”, continuou sorrindo. “Nós somos agressivos. Nós somos teimosos. E nós não recuamos de uma luta. Portanto, é um …”. Neste momento Haley não conseguiu terminar a frase, tão avassalador foi o barulho da platéia.
Sua retórica esbanja bom senso. Ela foi a Nações Unidas e encontrou um lugar absurdo. Agora, retorna e conta o caso ao pessoal da AIPAC.
Ela nos recordou como foi “bizarro” quando, já com um pé dentro da ONU, ouviu delegado após delegado, simplesmente, atacar Israel – isso em meio a tantas crises no mundo e ameaças de segurança no Oriente Médio. “Eu já sabia que o que eles diziam era ruim, porém até você ouví-los e vê-los [pessoalmente], fica difícil de compreender o quão ridículos eles são”, acrescentou Haley.
Ela criticou, também, o acordo nuclear EUA-Irã do presidente Barack Obama e disse ser “terrível” que este acordo tenha passado, argumentando estar, infelizmente, “fora do meu alcance“.
Ela declarou, ainda, que a resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU [que condena e criminaliza os assentamentos israelenses na Cisjordânia] aprovada em dezembro de 2016, foi facilitada pela falha do governo Obama em exercer o veto. “O país inteiro sentiu um chute no estômago. Nós tínhamos acabado de fazer algo que mostrou que os Estados Unidos atingiram seu ponto mais fraco na história”, disse ela.
“Nunca deveriámos ter dado as costas aos nossos amigos. Não temos um amigo maior do que Israel. E ver isso acontecer, não foi só embaraçoso, foi doloroso”. Diferentemente destes dias, continuou,“todo mundo nas Nações Unidas está com medo de falar comigo sobre a resolução 2334. E eu queria que eles soubessem que, veja, isso aconteceu, mas isso nunca mais acontecerá novamente”.
Haley não teria se tornado esta estrela se não fosse os sucessos substanciais de sua missão na ONU. Foi a combinação de palavras e ações que pavimentou o caminho ao seu grande triunfo.
O pessoal da ONU “não sabia exatamente” o que ela tinha em mente, “por isso, eu mostrei-lhes”, disse Haley. “Quando eles decidiram tentar colocar um palestino (o ex-primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Salam Fayyad) em uma das mais altas posições já concedidas na ONU, eu não aceitei e tivemos que destituí-lo”. Isso ganhou uma resposta entusiástica do público, entretanto, Haley ainda não havia terminado. “Isso não significa que ele não é um bom homem”, disse graciosamente, “não significa que ele não fosse bom para a América”.
Então chegou ao ponto da questão: “O que significa é que até que a Autoridade Palestina venha para a mesa [de negociação], até que a ONU responda de maneira na qual é suposta a fazê-lo, não mais concederemos presentes a Autoridade Palestina”, o teto da conferência balançou. “Eles nos testaram novamente. Este relatório ridículo, o relatório do Falk [autor do relatório] foi publicado. Eu não sei quem ele é, o que eu sei é que ele tem sérios problemas”, disse Haley, levemente horrorizada. “Comparar Israel a um Estado de apartheid?”.
“A primeira coisa que fizemos foi chamar o secretário-geral e dizer: este [relatório] é absolutamente ridículo. Você tem que cancelá-lo. O Secretário-Geral cancelou imediatamente o relatório e, em seguida, a gerente [responsável por aceitar a publicação] renunciou”.
E isso foi quando ela nos informou a que veio: “para aqueles que dizem que você não pode fazer nada na ONU, eles precisam saber que há uma nova xerife na cidade.”
Sim, é verdade.
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Adaptado de David Horovitz,
Editor fundador do The Times of Israel.
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